MULTI-TRADUÇÃO
MULTI-TRANSLATION
MULTI-TRADUÇÃO
MULTI-TRANSLATION
Multi-Tradução é um território transcultural e fluido de investigação, formação, criação e performance de resiliência e regeneração. Baseada na epistemologia Ewe e em estratégias queer, promove a reflexão crítica sobre como percebemos, nos relacionamos e geramos conhecimento, cultivando capacidades cognitivas e somáticas em diálogo com dimensões extra-humanas do saber. Como pedagogia criativa e prática de pesquisa, incentiva os participantes a se afastarem do pensamento logocêntrico e linear, entrelaçando dimensões performáticas e sensoriais por meio de uma experiência visceral, física e mentalmente intensa.
Intimamente alinhada com o E’TOME, Multi-Tradução se concentra em explorar, manifestar e arquivar as relações cíclicas inter-externas entre os mundos e o conceito de vivacidade e conhecimento. Ela intersecta vários campos – como antropologia, arte e ecologia – convidando participantes de diversas origens a se envolverem com experiências sensoriais, práticas e sistemas de conhecimento não hegemônicos.
Com uma visão da pedagogia como prática política, envolve sistemas de conhecimento e culturas que sustentam sensibilidades não antropocêntricas – funcionando como uma forma transubjetiva de sentir e transitar entre mundos. Cada um de seus módulos propõe conjuntos de práticas de complexidade variada, informadas por especificidades e princípios do conhecimento rítmico incorporado de várias culturas africanas, entrelaçadas com a criação contemporânea.
Estas não se baseiam em premissas coreográficas, mas em fundamentos performativos e relacionais ativados principalmente por práticas sensoriais de alta energia, incluindo jogos polirrítmicos, policêntricos e poli-des-cêntricos que desestabilizam padrões perceptivos e comportamentais.
A dança funciona aqui como um processo de multi-tradução – uma forma de tecer, converter, subverter e transmutar energias em tempo (ir)real e territórios. Nesses processos, os participantes desenvolvem um vocabulário de movimentos a partir da experiência e da memória relacional/sensorial, ao mesmo tempo em que abordam epistemologias pré-coloniais e como suas tecnicidades respondem às urgências contemporâneas – expandindo a percepção e visões contra-coloniais sobre a criação.
Multi-Translation is a transcultural, fluid territory of investigation, training, creation, and performing resilience and regeneration. Grounded in Ewe epistemology and queer strategies, it fosters critical reflection on how we perceive, relate to, and generate knowledge, nurturing cognitive and somatic capacities in conversation with extra-human dimensions of knowing. As a creative pedagogy and research practice, it encourages participants to shift away from logocentric and linear thinking, interweaving performative and sensorial dimensions through a visceral, physically and mentally intense experience.
Closely aligned with E’TOME, Multi-Translation focuses on exploring, manifesting, and archiving the cyclical inter-external relationships between worlds and the concept of aliveness and knowledge. It bridges multiple fields – such as anthropology, art, and ecology – inviting participants from varied backgrounds to engage with non hegemonic sensory experience, practices, and knowledge systems.
With a view of pedagogy as a political practice, it engages knowledge systems and cultures that sustain non-anthropocentric sensibilities – functioning as a trans-subjective way of sensing and transiting between worlds. Each of its modules proposes sets of practices of varying complexity, informed by specificities and principles from embodied rhythmic knowledge of various African ethnicities, intertwined with contemporary creation. These are grounded not in choreographic premises but in performative, relational foundations activated through primarily high-energy sensory practices, including polyrhythmic, polycentric, and poly-decentric games that destabilize perceptual and behavioral patterns.
Dance functions here as a multi-translation process – a way of weaving, converting, subverting, and transmuting energies in (un)real time and territories. In these processes, participants develop a movement vocabulary from relational/sensorial experience and memory, while addressing pre-colonial epistemologies and how their technicities respond to contemporary urgencies – expanding perception and countering colonial imprints on creation.